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Sergipe realizou ato contra o genocídio do povo palestino. Organizações pedem que o Governo Lula seja enfático e condene os crimes contra a humanidade

ANA PAULA ROCHA, da Mangue Jornalismo

Na noite da última sexta-feira, 3, centenas de pessoas também se uniram aos esforços de todo o mundo em prol do fim imediato do genocídio contra o povo palestino perpetrado pelo Estado de Israel com o apoio dos Estados Unidos, além da União Europeia.

O Ato Político Cultural Palestina Livre! ocorreu nas imediações da sede da Central Única dos Trabalhadores- Sergipe (CUT-SE), em Aracaju.

Mais de 100 organizações de movimentos sindicais, sociais e populares do estado, entre elas a Mangue Jornalismo, demandam ações urgentes do governo brasileiro pelo cessar-fogo dos ataques aos palestinos na Faixa de Gaza, um enclave de 365 km² fechado por terra, ar e mar desde 2006 num acordo entre Israel e Egito, e que atualmente abriga mais de 2,3 milhões de habitantes.

O ato exigiu o fim dos ataques aos palestinos na Cisjordânia e em todas as cidades israelenses onde eles têm sido perseguidos, presos, torturados e assassinados.

A noite foi marcada por discursos e apresentação cultural de Patrícia Luz, RD Bal@ Hip Hop, Milene Sereia, Shing, Maísa, Gelba e Budapeste, Mono Demo, Soma MC, Menino de Rua do Coletivo Arte Cultural do Mops, Coletivo de Rua Aberto, Axé Kizomba, Roda de Juventude e Cultura de Periferia (Consciência Negra).

A palestina Hyatt Omar participou do protesto através de vídeo chamada e agradeceu a solidariedade do movimento sindical e dos movimentos sociais de Sergipe na luta pelo direito à liberdade e à sobrevivência do povo palestino. A manifestação contou com o relato do Sheikh Ahmed Bilal e com a presença das comunidades muçulmanas de Itabaianinha e Aracaju. Abaixo você pode ler na íntegra o manifesto lançado no ato e ver registros fotográficos feitos por Bruno Costa especialmente para a Mangue:

CARTA AO GOVERNO BRASILEIRO
MANIFESTO DAS ORGANIZAÇÕES E COLETIVOS SERGIPANOS NA LUTA CONTRA O GENOCÍDIO AO POVO PALESTINO

O mundo está testemunhando um dos momentos mais trágicos do século, com a escalada do genocídio do povo palestino praticado pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza.

O massacre contra o Povo Palestino só no último mês foi responsável pela morte de mais de 3500 crianças.

Portanto, diante dos crimes contra a humanidade cometidos por Israel, nos somamos às milhões de vozes que expressam a solidariedade internacional efetiva com o povo palestino, afirmando seu direito à vida, à liberdade, à terra e à dignidade. Silenciar-se, neste momento, implica a intolerável cumplicidade com o extermínio de um povo. Permaneceremos em estado de luta e mobilização em busca de justiça para o povo palestino, sempre sensíveis aos chamados da população civil que vive sob ocupação e risco de extermínio.

O movimento negro e demais movimentos sociais, por sentirem na pele a minimização historiográfica da vigência da escravidão e por saberem que foram submetidos à colonização por meio de um processo contínuo de racismo e de genocídio, expressam sua profunda solidariedade com a luta pela libertação do povo da Palestina.

No dia 25 de outubro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o que está em curso na Palestina não é uma guerra, mas um genocídio que já matou milhares de crianças. Cobramos do governo brasileiro uma postura assertiva e coerente diante da constatação desse genocídio. Trata-se de reivindicar uma posição que condene as ações de extermínio em curso na Faixa da Gaza e não poupe esforços para um imediato cessar-fogo.

Diante da falência do sistema internacional, do apoio, cumplicidade e conivência dos Estados Unidos e da União Europeia, apelamos às autoridades para que o governo brasileiro:

a) sinalize de maneira enfática que não estamos dispostos a compactuar com o crime contra a humanidade em perpetuação na Faixa de Gaza; nem com a sua extensão, já em curso, para toda a Cisjordânia;

b) se una a todos os países que estejam dispostos a sustentar a lei internacional de maneira clara e consequente na Palestina;

c) revogue imediatamente todos os acordos militares e de segurança já firmados com o Estado de Israel;

d) apoie a reativação do Comitê da ONU contra o crime de apartheid, para que ele possa averiguar e encaminhar para julgamento o caso atualmente em curso no território da Palestina histórica.

Aproveitamos para convocar a população sergipana para construir conosco na tarde do dia 18 novembro a grande Marcha da Consciência Negra e Jornada Mundial dos Pobres, que sairá da Catedral Metropolitana de Aracaju.

Com informações da CUT/SE

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