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Mulheres em Aracaju lutam por mais espaço e respeito na arte do grafite. Para elas, grafitar também é um ato de resistência contra o machismo

TATIANE MACENA, da Mangue Jornalismo

PRISCILA VIANA, supervisão

O grafite está presente em cidades grandes e pequenas, tanto em muros de espaços públicos quanto privados. Com traços e cores marcantes, grafiteiras e grafiteiros deixam os lugares mais bonitos e suscitam questionamentos sobre diversos problemas sociais. A manifestação, que já foi considerada crime pela legislação brasileira, é capaz de transformar a vida de pessoas com realidades distintas. Porém, por ser uma arte inserida na realidade da periferia urbana e evidenciar muitas críticas sociais, é vista com maus olhos por parte da sociedade ainda conservadora e reacionária.

Na capital sergipana, há painéis espalhados em muros de escolas, residências, pontos turísticos e obras. Aos poucos, a expressão artística do grafite vem ganhando espaço também em eventos públicos, como no Projeto Verão 2023, realizado pela Prefeitura de Aracaju e pelo Governo de Sergipe. A organização do evento disponibilizou um espaço para a pintura de um painel de grafite, ainda que em uma estrutura de madeira que teve um fim incerto (provavelmente foi descartada). Os artistas indicam que o destino seria alguma escola da rede municipal de ensino, mas não tiveram retorno sobre o paradeiro do painel.

Embora ainda seja visto como ‘vandalismo’ por uma parte da sociedade, a arte visual segue quebrando paradigmas e se fortalece a cada dia. Para as mulheres grafiteiras, essa a batalha é mais difícil, afinal, além de ter que lidar com os estereótipos envolvidos na arte do grafite, elas têm que gritar mais alto para que suas vozes sejam ouvidas e suas expressões vistas.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira é composta em sua maioria por mulheres. No total, temos 108,7 milhões (51,1%) de mulheres contra 103,9 milhões (48,9%) de homens. Apesar disso, as mulheres lutam diariamente contra o machismo e a misoginia em diversos espaços. As grafiteiras enfrentam muitos desafios diariamente

A resistência das mulheres no grafite em Aracaju

A Mangue Jornalismo conversou com Vitória, fundadora da Crew Intocados, e que costuma assinar sua arte como Tocha em vários muros e paredes em Aracaju. Para ela, o grafite desempenha diversos papéis sociais, como dar função a edificações abandonadas. “Eu gosto muito de pintar em locais abandonados, porque é uma parede que a gente pode pegar sem falar com ninguém. Por ser um local que está abandonado, não cumpre a sua função social. Eu tenho isso pra mim. E tem também aquelas paredes que são de propaganda, então é uma parede livre. Não são todas, mas uma grande parte. Se tem propaganda, você pode fazer em cima também. Mas também tem aqueles locais que temos que ter autorização”, disse Tocha, grafiteira desde 2015.

As mulheres lidam perenemente com desafios impostos pela sociedade, por causa do gênero. Um exemplo é o medo de sofrer abusos ao voltar do trabalho de noite. Aliás, não precisa nem ser de noite, as mulheres se sentem vulneráveis quase que integralmente. Tocha já presenciou um homem se masturbando próximo de um painel em que ela fazia com uma outra grafiteira. “Um pouco distante da gente, tinha um cara que simplesmente estava sentado em uma cadeira se masturbando, olhando pra gente. Aí a gente, ó, pinotou”, relatou Tocha.

Desde então, ela passou a pedir que o esposo a acompanhasse. “É muito difícil sair para grafitar sozinha ou somente com mais uma ou duas mulheres. Porque é como se tivesse alguma chave para desencadear aqueles atos cometidos por essas pessoas perturbadas. É triste. O que eu sinto em relação a isso é tristeza e medo. É assustador quando estamos sozinhas e você sabe que pode acontecer todas essas coisas. Esse é o meu maior problema. Se eu fosse hoje grafitar, eu falaria para o meu marido para ir comigo. É super difícil”, desabafou Tocha.

Como se não bastasse, as grafiteiras lidam ainda com olhares tortos de pessoas que se acham no direito de premeditar se o grafite é ou não um lugar para as mulheres, esquecendo-se que lugar de mulher é onde ela quiser, seja em outras áreas de atuação ou grafitando muros das pequenas e grandes cidades. Por causa de pensamentos retrógrados, o grafite é ainda um dos locais em que o número de praticantes homens é maior do que o das mulheres. “Enquanto estamos atarefadas em casa, com afazeres domésticos e cuidando das crianças, eles estão nas ruas”, disse a grafiteira Lari Oyá que já faz arte nas ruas há dez anos.

Além de todas essas barreiras, as grafiteiras lidam com o machismo dentro do movimento hip-hop. Não são todos os homens que agem com machismo, mas não é incomum que as meninas tenham que lidar com a tentativa de apagamento. “Chega a ser nojento quando nos tiram como incapazes de estar nas ruas executando o que muitas vezes fazemos melhor que eles. Os homens têm que respeitar minha opinião porque nunca dependi deles para nada e não preciso deles para executar nenhuma das minhas funções artísticas”, disse Lari Oyá.

Caiane, ou simplesmente Deusa da Rima falou sobre o machismo no meio do grafite. “Existe muito machismo e muito apagamento do corre das mulheres. Nos encontros mistos de grafite vemos que a maioria dos nomes selecionados geralmente é homem. Infelizmente, muitos manos não reconhecem esse machismo enraizado na nossa sociedade e preferem não dialogar, reproduzindo muitas violências simbólicas”, enfatiza Caiane.

Homens também devem lutar: o exemplo de Dext

O machismo impede que o número de mulheres grafiteiras aumente. No meio do movimento Hip-hop, no qual o grafite está incluso, uma das principais pautas é o combate à misoginia. O alagoano Dalvam Dext está em contato com o movimento desde 2008, e tenta combater estereótipos no meio. O jovem reconhece seu ‘privilégio social masculino’.

“Sim, tem mais homens no grafite porque é sempre mais fácil para homem fazer qualquer coisa. Tem uma série de fitas que impedem mais mulheres entrarem no rolê apesar que, nos últimos anos muitas mulheres estão na cena e seguem fazendo trabalhos de alto nível. Eu sempre procuro incentivar passando técnica, divulgando nas minha redes sociais, faço um evento onde o número de homens e mulheres é igual”, afirma Dext.

Dext já presenciou homens tentando desmerecer o trabalho de uma colega e saiu em defesa dela. “A gente estava falando do trabalho e um vacilão saltou um piada desmerecendo o trabalho da mina, porque era uma mulher, e isso não tem nada a ver, pois somos todos iguais. Pessoas assim eu corto o vínculo”, assegura Dext.

Grafite e pincho são sinônimos?

Não é incomum a associação do grafite com o pincho, tendo em vista que as suas origens são parecidas. Normalmente, a pichação é vista como uma intervenção agressiva e que degrada a paisagem da cidade, ao passo que, o grafite é considerado uma arte urbana.

A pesquisadora e doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Erna Barros afirma que o grafite e o pincho são fenômenos distintos. “O grafite é essa expressão artística estética, um ato de escrever, pintar e se expressar nos muros da cidade. Já o pincho é uma outra expressão estética, com outros elementos estéticos e uma outra formatação. Eles não são sinônimos, eles têm caminhos de expressão estética bem distintos”, esclareceu.

No entanto, para Dalvam Dext, os dois são sinônimos. “O grafite nasce da tag (assinatura) que uma vertente da do pincho. Na minha visão particular: elxs são irmãxs, pois andam ali junto, têm a mesma essência. O grafite é mais aceito pela estética colorida e tal, mesmo assim depende do estilo porque se forem letras ainda perseguida como pincho”, considera.

Lari Oyá concorda com Dext. Para ela, se o pincho não existisse o grafite também não existia. “A pichação é a essência da arte urbana, o mais puro e verdadeiro sentido das letras e pessoas nas ruas”, disse a grafiteira.

ENTREVISTA/ ERNA BARROS


Em 27 de março de 1987, é comemorado o Dia do Grafite no Brasil. A data é marcada pela morte de Alex Vallauri, grafiteiro, que influenciou a ocupação das ruas, o que era considerado um crime político. Uma das primeiras obras de Vallauri foi Boca com Alfinete(1973), uma referência à censura. Desde então, o grafite é conhecido pela maneira em que pauta problemas sociais em muros de grandes e pequenas cidades.

Para ampliar o debate sobre o tema, a Mangue Jornalismo também conversou com Erna Barros, jornalista, fotógrafa, mestra em Multimeios pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e doutora em Sociologia pela UFS. Erna é professora no Departamento de Comunicação Social da UFS e realiza pesquisas sobre as manifestações de artes visuais no espaço urbano.

Mangue Jornalismo (MJ): Qual é o papel social do grafite? Como ele pode contribuir para a sociedade?

Erna Barros (EB): O grafite é um fenômeno urbano, que possui diversas características, traz em si principalmente essa comunicabilidade e está presente nos espaços públicos das cidades. Essa forma de expressão estética e social nos traz a possibilidade de refletirmos sobre determinadas situações, enquanto um dispositivo de pensamentos. Ele nos traz a possibilidade de refletir sobre questões em que a gente estaria possivelmente alheia. Me lembro muito do grafiteiro Banksy, que nos faz refletir a partir de elementos visuais estéticos que ele traz de esferas sociais, políticas e econômicas e sobre situações que estão presentes na nossa contemporaneidade. Então, é uma característica do grafite. Talvez seja interessante não pensar que ele tem um papel social, mas pensar que ele pode assumir sim determinados papéis e talvez esse papel de ser um elemento que nos faz refletir sobre a nossa sociedade. Esse fenômeno urbano que está presente não apenas nas grandes cidades, mas nas pequenas e médias também.

MJ: O grafite já foi visto como crime na época da caçada à liberdade de expressão. Você acha que ainda existem preconceitos? Por quê?

EB: O grafite surge naquele contexto da cultura hip-hop, junto com outros elementos da periferia. Dessa forma, ele acaba sendo associado a esse contexto específico. No entanto, o grafite como fenômeno urbano acaba ultrapassando esses espaços. Hoje em dia, o grafite está presente em diversos outros espaços e não apenas na periferia. Claro que ainda há um certo preconceito em geral da sociedade com relação aos grafiteiros e grafiteiras, e um preconceito ainda maior com aqueles que fazem o pincho, por conta de questões estéticas. Mas toda atividade urbana que se pretende ser sem autorização no espaço público carrega em si uma certa subversividade, estabelece determinados embates com os policiais e com a própria sociedade, que ainda tem um conceito pré concebido sobre uma prática que muitas vezes está ali dentro da esfera de uma expressão artística, passível de uma compreensão. Então, é interessante pensar que esse histórico é carregado de simbologias, mas por ser uma prática subversiva que não precisa de autorização e está presente praticamente em todas as cidades, acaba sim de fato tendo uma certa resistência social, mas isso vem mudando.

MJ: Como a sociedade enxerga as grafiteiras? Há estereótipos?

EB: Não sei como a sociedade de maneira geral vê os grafiteiros, mas eu acho que as grafiteiras acabam tendo que lidar com um machismo estrutural muito forte, principalmente porque são mulheres e são duplamente subversivas nesse sentido. Por estarem no espaço público das cidades e por serem mulheres no espaço público, elas já estão transgredindo uma certa ordem e um certo pensamento vigente na sociedade, que é aquele pensamento de que a mulher deve estar dentro de casa, cuidando dos filhos, cuidando do marido, cuidando do lar.

MJ: O machismo predomina também no meio do grafite?

EB: É importante a gente falar um pouco a partir de determinadas perspectivas, né? Eu posso falar a partir da perspectiva da minha pesquisa acadêmica, que foi feita aqui na Grande Aracaju, uma pesquisa de 2016 a 2020, com grafiteiros e grafiteiras das cidades de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, e São Cristóvão, que formam a Grande Aracaju. Busquei entender um pouco a perspectiva das mulheres grafiteiras dentro desse meio majoritariamente masculino. Claro que existem grupos e coletivos diferentes, mas de maneira geral poderia dizer que ainda é um espaço onde o machismo predomina. Assim como toda a sociedade, a gente vê espaços onde práticas machistas ainda são bastante evidentes dentro do meio do grafite. Você consegue também perceber práticas de machismo na fala, na forma como a conduta e a prática desses grupos acabam sendo realizadas. No entanto, claro, isso vem mudando, as mulheres cada vez mais têm se organizado dentro desses espaços.

MJ: Há um número considerável de mulheres grafiteiras? Esse número vem aumentando ou diminuindo?

EB: Felizmente, nós mulheres temos nos inserido cada vez mais nos espaços sociais, espaços de trabalho, educação, de poder como um todo. E no grafite também não seria diferente. O grafite surge ali de maneira predominante nos grupos formados por homens, mas ao longo do tempo as mulheres vêm também se inserindo nesses espaços, assim como também vêm se inserindo em outros espaços sociais. É interessante ver essa progressão, essa inserção das mulheres, muitas vezes formando coletivos específicos de que saem para grafitar juntas, para realizar atividades e práticas estéticas na cidade, no meio urbano, no espaço apenas junto com mulheres. É algo que a gente vê crescendo, mas posso dizer, pela experiência de pesquisa acadêmica que fiz, que o grafite ainda é um espaço predominante masculino. Ainda há mais grafitos do que grafiteiras.

MJ: Podemos dizer que o meio do grafite é um espaço acolhedor para as mulheres?

EB: Eu não poderia dizer de forma geral que é um espaço acolhedor, mas dizer o contrário também não seria verdadeiro. Eu acho que é um espaço que vem se transformando. É um espaço onde, como foi dito, existem muito mais homens e a gente está vivendo num mundo que ainda é machista, numa sociedade que ainda é misógina, então, claro que os traços de misoginia e de machismo estão em praticamente todos os espaços sociais e em todas as relações de poder. Algo que precisa ser mudado e que está mudando. No grafite também tem essas relações que vêm se transformando cada vez mais. Muitas vezes por conta da iniciativa de mulheres grafiteiras, e a gente espera que cada vez mais, sim, seja um espaço acolhedor, assim como a gente deseja que todo espaço social seja acolhedor para as mulheres. Mas no geral, é pertinente dizer que são mulheres que estão galgando espaços e se colocando como indivíduos, sujeitos de suas próprias histórias, narrando suas próprias histórias e não apenas sendo espectadoras daquilo que se coloca na sociedade.

MJ: Grafitar, então, é um ato de resistência feminina?

EB: Estar na cidade trazendo uma outra possibilidade de pertencer a uma sociedade pensada para esses espaços acabam sendo importantes como uma forma de resistir. Então, de maneira geral, as mulheres estão presentes nos espaços das cidades, nas manifestações políticas, nas marchas, em movimentos protagonizados por mulheres já há algum tempo. E no grafite elas também se apresentam como protagonistas, principalmente quando se organizam enquanto coletivos de mulheres para grafitar. E é importante se pensar a partir dessa perspectiva de gênero, porque a cidade em si, que é o espaço onde essa prática de representação imagética se faz acontecer, é um espaço hostil à presença das mulheres. Então, grafitar é uma forma de agência dessas mulheres, uma forma de se colocar diante de uma sociedade que cerceia direitos o tempo todo às mulheres. Isso se faz também não apenas a partir da presença nesses espaços, mas também através das imagens, das marcas que vão demarcando os espaços e essas formas de resistir.

MJ: Você acha que há políticas públicas o suficiente para incentivar a presença feminina em espaços como o grafite?

EB: As políticas públicas, o poder público como um todo, ele vem caminhando, de certa forma, no sentido de entender o grafite e a arte urbana, numa perspectiva de valorização dessa prática como uma atividade artístico cultural, principalmente através de editais que fomentam essa prática, que saem dos bairros, que sai da periferia, para fazer parte da visualidade dos centros das cidades. Aqui em Aracaju a gente percebe muito isso nos terminais, em painéis que são pintados e grafitados a partir de um processo que o poder público é protagonista, através de detalhes que são fomentados. Isso ocorreu muito, principalmente durante o período da pandemia, com leis específicas. A gente teve a Lei Aldir Blanc, que teve uma importância grande na promoção dessas atividades artísticas e o grafite também foi incluído nisso. É claro que ainda é insuficiente porque a gente tem na Grande Aracaju como um todo uma efervescência cultural ainda muito forte em relação ao olhar do poder público para esses grupos que estão produzindo arte urbana. Muito do que se produz ainda é realizado de forma individual, através dos grupos, sem o incentivo de projetos ou sem o incentivo financeiro. É só a gente olhar um pouco ali para o bairro Industrial, onde a gente percebe o que nós conhecemos como “Brooklyn aracajuano”, um espaço de grafites feitos de forma espontânea por grupos e coletivos que atuam naquele local continuamente.

MJ: O que as prefeituras das cidades onde você concentrou sua pesquisa e governo do estado podem fazer para incentivar o grafite?

EB: É importante que essa espontaneidade possa ser também valorizada e que o Poder Público possa cada vez mais manter esse caminho e fortificá-lo no sentido de entender essa prática como algo que faz parte da cultura das cidades, não apenas aqui em Aracaju, mas em toda a grande Aracaju. São Cristóvão também tem sido um bom exemplo, sempre e todos os anos, durante o Festival de Arte de São Cristóvão há um incentivo a essa prática através de editais próprios que fazem com que os artistas e os coletivos possam trazer às suas imagens, os seus painéis, os seus lamês, os seus grafites para preencherem a visualidade das cidades. Isso é algo que valoriza essa prática e também os grupos que já estão organizados e que acabam sendo vistos pelo Poder Público como parte necessária da construção de uma cidade mais bonita, mais colorida, com mais arte.

MJ: Algo mais a acrescentar?

EB: É pertinente acrescentar que o grafite é também uma forma de resistência. Quando uma mulher se propõe a ser grafiteira, ela está também trazendo para si essa possibilidade de resistir e subverter realmente essa ordem social de que o lugar dela é dentro de casa, cuidando do lar. Estar nos espaços públicos é, para as mulheres, uma forma de resistir, uma forma de se colocar, de subverter as relações sociais. E traz em si um estar na cidade que é cheio, repleto de particularidades. Eu costumo dizer que a cidade é bastante hostil à presença das mulheres. Nós, mulheres, sabemos que o nosso transitar pela cidade, ele é sempre repleto de estratégias para que a gente possa se sentir segura. Então, por exemplo, a gente não sai em determinados horários do dia e da noite, em determinados espaços da cidade, a gente não se sente segura. A gente tende a se precaver nesse estar na cidade por conta de uma série de ações que advém de uma sociedade patriarcal, de uma sociedade misógina, de uma sociedade machista. Então o assédio, as violências de gênero que estão presentes no espaço da cidade, nos espaços públicos, acaba sendo algo que precisa ser pensado também pelas grafiteiras.

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