
A Mangue Jornalismo conquistou o selo máximo do Programa Indicadores de Compromissos com o Público, promovido pelo Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor). Até o momento, o reconhecimento foi concedido para apenas oito veículos no país. Do Nordeste, apenas a Mangue Jornalismo e a Agência de Notícias Eco Nordeste estão entre os oito que atenderam todos os 11 indicadores avaliados rigorosamente pelo Projor.
O selo conquistado pela Mangue atesta o compromisso com boas práticas editoriais e transparência na relação com o público. Os indicadores analisados são: expediente, princípios editoriais, política de correção de erros, afiliação a associações setoriais do jornalismo, acesso aos profissionais da redação, propriedade do veículo, identificação clara de conteúdos patrocinados, transparência de financiamento, identificação de autoria, política de privacidade e acessibilidade.
Além da Mangue Jornalismo, também têm o selo 11/11 do Projor as seguintes organizações: Agência Mural de Jornalismo das Periferias, Periferia em Movimento, Agência Pública, Revista AzMina, Eco Nordeste, Tribuna de Jundiaí, Folha.com.br (Folha de S.Paulo).
O Programa de Indicadores de Compromissos com o Público serve como referência para o público e também para anunciantes, governos, financiadores e gestores de políticas públicas. O Projor é uma entidade civil sem fins lucrativos não-governamental, não-corporativa, pluralista e apartidária.
Para o presidente do Projor e coordenador do Atlas da Notícia, Sérgio Lüdtke, “o jornalismo deve ter um compromisso de lealdade com seu público porque é da percepção desse comprometimento que se estabelecem as relações de confiança entre os cidadãos e os veículos de comunicação. E é a confiança que garante uma base sólida às organizações para enfrentar o desafio da sustentabilidade”.
A avaliação do Programa de Indicadores de Compromissos com o Público foi realizada em uma primeira fase com cerca de 200 organizações. Os veículos que atenderam a pelo menos oito dos 11 critérios estabelecidos receberam um selo com a inscrição “veículo comprometido com o público” e a indicação do número de indicadores cumpridos. Na primeira fase, a Mangue recebeu o selo 9/11 critérios. Entretanto, a Mangue ajustou com mais nitidez as práticas de qualidade de dois itens e, assim, veio a conquista do selo 11/11.
Cada organização contemplada têm também uma página dedicada no Atlas da Notícia, reunindo os dados públicos do veículo e a lista dos indicadores com os quais apresenta conformidade. Veja a página da Mangue Jornalismo.
Os veículos não necessitam de inscrição para participar do programa, mas podem já atualizar seus sites seguindo um manual de melhores práticas preparado pelo Projor e que contém desde o detalhamento de cada indicador até sugestões e referências de aplicação.

Segundo o Projor, a iniciativa busca valorizar a transparência e fortalecer a relação de confiança entre os meios de comunicação e a sociedade, contribuindo para a sustentabilidade do jornalismo.
Criado pela Projor — entidade fundada pelo jornalista Alberto Dines há quase 30 anos e responsável pelo Atlas da Notícia — o programa conta com financiamento do Google News Initiative e funciona como referência para o público e anunciantes, gestores públicos e entidades de fomento.
“O reconhecimento nacional da Mangue Jornalismo com o selo 11/11 do Projor é uma nítida sinalização de que estamos no caminho certo, teimando em propor, no menor estado do Brasil, um jornalismo local verdadeiramente independente, corajoso, profissional, de qualidade, mais próximo das pessoas, transparente, movido pela liberdade, pelos direitos humanos e pelo interesse público. Essa conquista não é uma indicação de perfeição, muito pelo contrário. Sabemos de nossas imensas limitações e vamos buscando as melhores práticas para superá-las”, disse Cristian Góes, repórter e editor-chefe da Mangue.
Em dois anos, o veículo já publicou mais de 700 matérias, a grande parte revelando dados e duras histórias que os veículos tradicionais locais, por suas vinculações políticas e econômicas, não divulgam e, se divulgam, blindam os atores políticos e econômicos para que não sejam responsabilizados.
Para não esquecer: a Mangue Jornalismo é uma organização sergipana de mídia profissional, sem fins lucrativos, formada por comunicadores e que realiza um jornalismo local focado na produção de reportagens atravessadas pela defesa dos direitos humanos. A Mangue é independente, não recebe, conforme seu estatuto, verbas de publicidade de governos, de empresas privadas, de partidos políticos. Tudo na Mangue busca ser transparente e no site tem a prestação de contas. Além disso, existe um conselho de leitoras e leitores que se reúne para avaliar criticamente a Mangue.