Cristiano Navarro, da Mangue Jornalismo
@waltervialactea
A agência Mangue Jornalismo realizou na manhã deste sábado, dia 15, sua primeira formação em comunicação aberta ao público. Trata-se do curso “Introdução à Criação de Mapas Jornalísticos” ministrado pelo jornalista Antônio Laranjeira, Mestre em Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Doutorando em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (GJOL/UFBA).
Especialista em geojornalismo, Laranjeiras apresentou um histórico do gênero, as ferramentas mais usadas e as aplicações para os tipos de mapas. O curso teve o apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado de Sergipe (Sindijus).
Entre os exemplos de produção, o jornalista trouxe alguns de seus trabalhos autorais – como a reportagem “Por que é preciso barrar a ExxonMobil no Nordeste” republicada no Outras Palavras e de outras autorias e redações nacionais e estrangeiras – como a reportagem realizada pelo The Washington Post “Visualizing the scale of the floods that left south Brazil submerged”, que mostra as proporções trágicas da recente enchente no Rio Grande do Sul.
Dois exemplos práticos da aplicação de geojornalismo apresentados
Laranjeira entende que encontros como este são importantes para estimular as redações a produzirem materiais jornalísticos que possam suprir a carência de reportagens orientadas por dados com precisão em Sergipe e em todo o Nordeste.
“Acredito que mapas são ativos que suplementam o jornalismo e complementam as notícias. Sempre que o jornalismo usa mapas ele está sendo mais preciso na narrativa e mais próximo de suas audiências. Isso tem impacto para visualizar acontecimentos diversos e precisamos da técnica de fazer mapas, a cartografia, para pensar maior a profissão dos jornalistas”.
José Cristian Góes, coordenador executivo da Mangue Jornalismo avaliou positivamente o curso inaugural da Mangue. “Dentro de nossos propósitos, um curso como este de geojornalismo é importante não só para formar e introduzir uma linguagem, mas para desconstruir a forma como a utilização dos mapas está cristalizado na mídia tradicional”, disse Cristian.
A Mangue Jornalismo tem em seu planejamento, cursos que possam debater e qualificar a comunicação em seus aspectos de linguagem, ética e novos formatos no fazer jornalístico no estado de Sergipe. O coordenador da Mangue acredita que a formação permanente é central para propor à sociedade um jornalismo de profundidade, com forte base ética, próximo das pessoas, ou seja, de qualidade. “Vamos realizar outros cursos na Mangue busca desenvolver o trabalho que realizamos, mas estamos abrindo para outros comunicadores e organizações porque é a sociedade que ganha com um jornalismo qualificado”, acredita Cristian.