Pesquisar
Close this search box.

Mais uma vez André e Silvana são eleitos e assumem a UFS na segunda semana de março

Mesmo depois da participação de mais de 15 mil professores, técnicos e estudantes, parecer do Ministério da Educação recomendou que a Universidade Federal de Sergipe promovesse nova definição de lista tríplice para comandar a UFS, composta exclusivamente pelo Colégio Eleitoral. Assim foi feito. Mais uma vez, André Maurício e Silvana Bretas foram largamente aprovados e eleitos como novo reitor e vice-reitora, respectivamente. O mandato do atual reitor Valter Joviniano termina dia 16 de março.

Silvana e André novamente eleitos com larga margem para gestão da UFS (Crédito Arquivo)

Um erro burocrático na eleição para reitor e vice-reitora da Universidade Federal de Sergipe (UFS) fez com que uma nova etapa do processo eleitoral fosse cumprida na manhã de ontem, quarta, dia 26.

Após consulta pública reportada pela Mangue em outubro de 2024, agora o Colégio Eleitoral votou novamente e confirmou André Maurício Conceição de Souza e Silvana Aparecida Bretas para a gestão da instituição pelos próximos quatro anos.

Dos 72 votantes presentes no Colégio Eleitoral, André recebeu 61 votos, Rosalvo Ferreira, três; e Valter Joviniano, três; Vera Núbia, um voto. Foram registradas quatro abstenções. Já para o cargo de vice-reitor, a professora Silvana recebeu 59 votos; Rogéria Nunes, quatro; Marcos Souza, três; Beatriz Andrade, dois; e Martha Suzana, um voto. Foram registradas três abstenções.

O mandato do reitor Valter Joviniano termina no dia 16 de março próximo e até lá o presidente Lula deve fazer as nomeações de André Maurício e Silvana Bretas.

O professor André Maurício é graduado em Licenciatura e Bacharelado em Física pela UFS, mestre e doutor pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas no Rio de Janeiro e pós-doutor pela Universidade de Stuttgart na Alemanha.

A professora Silvana Bretas é graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, mestra em Educação pela Unicamp e doutora em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

Nova votação tranquila

A nova “votação” no Conselho Eleitoral aconteceu após uma recomendação do Ministério da Educação (MEC) encaminhada à UFS. Por essa orientação, a composição da lista tríplice com os mais votados para escolha do presidente da República deveria ser feita exclusivamente por votação do colegiado máximo da UFS – o Consu – ou de um colegiado específico para esse fim, sem caráter vinculante à consulta feita à comunidade acadêmica.

De acordo com nota divulgada pela UFS, a recomendação do MEC se alinha ao entendimento já aplicado em outras universidades federais. Isso, ainda segundo o texto oficial da instituição, reforça que a consulta à comunidade acadêmica, embora tradicionalmente realizada, não tem efeito vinculante sobre a nomeação dos dirigentes das instituições.

Além disso, a eleição deveria ocorrer de forma uninominal, com os candidatos concorrendo individualmente para os cargos de reitor e vice-reitor. Integrantes do Conselho Universitário (Consu) e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Conepe), instâncias deliberativas máximas da instituição, apontaram André com 61 votos e Silvana com 59 votos.

A votação foi comemorada por André Maurício, que vê a democracia mais uma vez fortalecida. “Hoje a UFS se mostrou madura democraticamente. Os diferentes grupos políticos ratificaram a escolha feita pela comunidade universitária nas eleições para reitoria e vice-reitoria realizada em outubro passado”, diz ele à Mangue Jornalismo.

Com a conclusão de mais essa etapa, a lista tríplice será reencaminhada ao MEC. “Nossa expectativa é que, até o final do mandato do atual reitor, seremos nomeados pelo presidente da República para administrar a UFS para um mandato de quatro anos. Uma UFS unida em torno de uma decisão de sua comunidade é uma UFS mais forte”, defende o reitor eleito.

Democracia mais uma vez reforçada na UFS (Crédito Sintufs)

Críticas ao atual reitor

Durante todo o processo eleitoral, o atual reitor foi alvo de críticas por parte das representações de professores, (Adufs), servidores (Sintufs) e dos estudantes (DCE).

Conduzido ao cargo em um processo extremamente questionado em 2020, ele não participou da primeira consulta pública, conduzida pelas três entidades – tradicionalmente quem sempre conduzia a votação autônoma junto à comunidade acadêmica desde a redemocratização do país, há 40 anos.

Agora, nesta última etapa do processo e na reta final de seu mandato, Valter volta a ser criticado. Minutos antes da votação de ontem, o nome dele e de sua candidata a vice, Martha Suzana, foram retirados da votação. O presidente do Sintufs e integrante da comissão eleitoral, Wagner Vieira, enfatizou que esse movimento prejudica o processo.

“É muito ruim saber que, antes de uma reunião séria como essa, o reitor lê um texto dizendo que está retirando seu nome pelo bem da democracia. Não é pelo bem da democracia”, diz.

Wagner defendeu que o procedimento correto seria que todos os candidatos que participaram da consulta assinassem um documento comprometendo-se a não aceitar a nomeação caso não vencessem a eleição. “Isso, sim, seria um compromisso democrático, e não criar tumulto e problemas para a eleição de hoje”, avalia. Apesar disso, Wagner também vê a democracia fortalecida, mas devido a mais uma confirmação do nome de André Maurício e Silvana Bretas.

“A votação foi importante porque, mesmo com toda a burocracia e os problemas que a atual gestão da universidade criou no processo eleitoral, reforça a democracia ao confirmar os dois nomes que venceram a consulta das entidades e a eleição na própria universidade”, afirma Wagner, apontando ainda que o momento também serve para esclarecer qualquer dúvida sobre o processo.

“É importante ver que o movimento sindical e movimento estudantil continuam fazendo com que a comunidade acadêmica seja ouvida e que a democracia continue sendo respeitada na Universidade”, conclui.

Vontade da maioria dos professores, técnicos e estudantes será respeitada (Crédito Sintufs)

Apenas para relembrar

A eleição para a Reitoria da Universidade Federal de Sergipe (UFS) ocorrida no ano passado quebrou todos os recordes de participação da comunidade acadêmica. Durante todo dia 15 de outubro, em pleno Dia dos Professores, metade dos 30 mil membros da UFS, entre docentes, técnicos e discentes, votou para decidir o futuro da maior instituição de ensino do estado.

O envolvimento maciço naquela data resultou em 15.059 votos totais. André e Silvana receberam 10.102 votos, conquistando apoio majoritário entre os três grupos de eleitores. Entre os alunos, os dois foram votados por 8.843, enquanto entre os docentes eles somaram 746 e entre os técnicos administrativos, 513.

Naquela oportunidade, Valter Joviniano e Martha Suzana receberam 3.763 votos, sendo 2.704 votos dos estudantes, seguidos pelos docentes, com 593, e pelos técnicos administrativos, que somaram 466 votos. André e Silvana venceram nos três segmentos da universidade: professores, técnicos e estudantes.

Loading spinner

Compartilhe:

Isso aqui é importante!

Fazer jornalismo independente, ousado e de qualidade é muito caro. A Mangue Jornalismo só sobrevive do apoio das nossas leitoras e leitores. Por isso, não temos vergonha em lhe pedir algum apoio. É simples e rápido! Nosso pix: manguejornalismo@gmail.com

Deixe seu comentário:

Matérias relacionadas

CATADO DA MANGUE

Receba de graça as reportagens

Pular para o conteúdo