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André Maurício e Silvana Bretas derrotam atual reitor e vão assumir a UFS pelos próximos quatro anos

Votação desta terça, dia 15, foi eletrônica, contou com participação de cerca de 15 mil integrantes da comunidade acadêmica. A chapa “UFS da Gente” bateu recorde de votação e superou os 10 mil votos, liderando entre os três segmentos da universidade: professores, técnicos e estudantes.

André Maurício, reitor eleito, e Silvana Bretas, vice-reitora eleita da UFS: chapa teve votação recorde (Foto: assessoria da candidatura)

A eleição para a Reitoria da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 2024 quebrou todos os recordes de participação da comunidade acadêmica. Durante todo dia de ontem, 15, em pleno Dia dos Professores, aproximadamente metade dos 30 mil membros da UFS, entre docentes, técnicos e discentes, votou para decidir o futuro da maior instituição de ensino do estado.

O envolvimento maciço resultou em 15.059 votos totais. A chapa “UFS da Gente”, composta pelos professores André Maurício e Silvana Bretas, obteve ampla vantagem com 10.102 votos, conquistando apoio majoritário entre os três grupos de eleitores. Entre os alunos, a candidatura recebeu 8.843 votos, enquanto entre os docentes somou 746 e entre os técnicos administrativos, 513.

Conforme as regras da consulta pública que elege o novo gestor da instituição, eles encabeçaram uma lista tríplice a ser encaminhada ao presidente da República para então serem oficializados nos cargos. Como tradicionalmente ocorre, o presidente Lula deve referendar a escolha da comunidade acadêmica, nomeando o primeiro colocado.

André e Silvana derrotaram o atual reitor da universidade, Valter Joviniano. A chapa “Sou mais UFS”, formada por ele e pela professora Martha Suzana, alcançou somente 3.763 votos, sendo 2.704 votos dos estudantes, seguidos pelos docentes, com 593, e pelos técnicos administrativos, que somaram 466 votos.

Entre as demais candidaturas, as votações foram ainda mais modestas. A chapa “De Mãos Dadas Somos Mais Fortes”, formada por Rosalvo Ferreira e Rogéria Nunes, ficou em terceiro lugar, com um total de 795 votos, sendo 582 deles de discentes, 101 de docentes e 112 de técnicos administrativos.

Por fim, a chapa “Ensino e Liberdade”, composta por David Soares e Alan Almeida, teve o menor desempenho, com 212 votos no total. Entre os discentes, obteve 169 votos, 24 entre os docentes e apenas 19 entre os técnicos administrativos.

Além dos votos válidos, foram contabilizados 186 votos brancos e nulos, sendo 158 de discentes, 16 de técnicos e 12 de docentes.

A Mangue Jornalismo abordou em agosto a polêmica que envolveu a consulta pública da UFS, que há 40 anos vinha sendo conduzida pelas entidades representativas – inclusive mostrando que a gestão de Valter foi bastante questionada, uma vez que ele não participou do processo em 2020, durante a pandemia da COVID-19, e mesmo assim foi conduzido ao cargo.

Também no último dia 10 de setembro, André Maurício e Silvana Bretas escreveram um artigo de Ponto de Vista na Mangue mostrando que a Consulta Pública da UFS revelou uma universidade viva que deseja e acredita na mudança.

Quem irá gerir a UFS pelos próximos quatro anos

O professor André Maurício é graduado em Licenciatura e Bacharelado em Física pela UFS, mestre e doutor pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas no Rio de Janeiro e pós-doutor pela Universidade de Stuttgart na Alemanha.

A professora Silvana Bretas é graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, mestra em Educação pela Unicamp e doutora em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

No Programa de Trabalho com o qual dialogou com a comunidade acadêmica durante o pleito, a chapa “UFS da Gente” afirma ter compromisso com o aprofundamento da democracia na universidade. A chapa propõe não apenas uma gestão participativa e transparente, mas também novas formas de relação de poder, onde todos tenham voz e espaço para debate público.

O objetivo é qualificar processos que garantam a autonomia universitária, permitindo que a comunidade acadêmica se sinta comprometida nas decisões e execuções das políticas institucionais. No documento, a UFS é apontada como um patrimônio de todos que dela fazem parte e da sociedade sergipana.

A chapa “UFS da Gente” tem como meta ainda promover uma gestão participativa, descentralizada e antirracista, garantindo que cada voz seja ouvida e respeitada. Com foco na união da comunidade acadêmica, a chapa busca enfrentar desafios e alcançar metas que fortaleçam os laços com a sociedade sergipana.

Dessa forma, pretendem construir uma universidade que seja referência nacional e internacional em ensino, pesquisa e extensão, mantendo sempre um forte vínculo com os princípios democráticos e com a sociedade local.

A ampla participação da comunidade acadêmica reflete o interesse crescente nos rumos da universidade, que enfrenta desafios em diversas áreas, desde a melhoria da infraestrutura até a ampliação de políticas de inclusão. O resultado dessa eleição definirá a direção da UFS pelos próximos quatro anos.

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