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Vaquinha para imprimir livro sobre ditadura em Sergipe vai até 11 de agosto. Borracha na Cabeça vai trazer histórias que a elite sergipana não quer divulgadas

No próximo dia 11 de agosto, a Mangue Jornalismo vai encerrar a vaquinha virtual para financiamento da edição, impressão e lançamento do livro “Borracha na Cabeça: o golpe e a ditadura militar em Sergipe”. Até a data de hoje, alcançamos 13% da meta de arrecadação. Foram recebidas contribuições de 29 pessoas, perfazendo um total de R$ 2.750,00.

O valor arrecadado até agora é insuficiente para finalizar o projeto, mas algumas organizações de trabalhadores, como o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese), a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (Adufs) e o Sindicato do Fisco do Estado de Sergipe (Sindifisco) vão ajudar para que o livro possa ser impresso.

Todas as pessoas que já participaram da vaquinha virtual com o valor de R$ 120,00 vão receber o livro pelos Correios. Aqueles que ajudaram com R$ 100,00 vão retirar o livro presencialmente quando do lançamento ou na sede da Mangue Jornalismo.

Até o dia 11 de agosto, a Mangue continua recebendo o apoio de qualquer valor das leitoras e leitores. Para contribuir, basta acessar a Campanha Borracha na Cabeça.

O texto do livro “Borracha na Cabeça: o golpe e a ditadura militar em Sergipe” passa nesse momento por revisão geral, depois segue para edição, nova revisão e impressão. A previsão de lançamento é 7 de novembro.

Vale lembrar que o golpe empresarial-militar de 1964 completou 60 anos em abril. Ele marcou o início de um período de terror de Estado no Brasil. E como foi o golpe e a ditadura em Sergipe? Não há muita informação disponível. Os livros sobre esse período são poucos, alguns artigos soltos, quase não há imagens. Então não existiu ditadura aqui? Sergipe é uma ilha que ficou isenta desse tempo de horror? Não.

O fato é que existe um apagamento tão grande sobre os episódios violentos e de opressão em Sergipe que circula o mito de que, no menor estado brasileiro, não existiu ditadura militar. Entretanto, a história é outra e ainda não foi devidamente contada.

Sim, em Sergipe existiu ditadura militar. Sim, ela foi violenta, censurou, perseguiu, sequestrou, prendeu e torturou centenas de pessoas. É essa história que a elite local não quer que seja conhecida. É parte dessa história que está no livro “Borracha na Cabeça: o golpe e a ditadura militar em Sergipe”.

Esse material terá mais de 300 páginas com várias histórias, entre elas o assassinato pelo Estado do operário Anísio Dário, a participação da Embaixada dos Estados Unidos na repressão em Sergipe, o envolvimento da Igreja Católica com a ditadura e a violenta Operação Cajueiro, que sequestrou e torturou várias pessoas no Quartel do Exército em Aracaju.

Para não esquecer: a Mangue Jornalismo é uma organização sergipana sem fins lucrativos formada por comunicadores e que realiza um jornalismo local independente e de qualidade. Não recebe, conforme seu estatuto, verbas de publicidade de governos e nem de empresas privadas.

Também é importante esclarecer que grande parte do texto do livro “Borracha na Cabeça: o golpe e a ditadura militar em Sergipe” é resultado de reportagens especiais publicadas no site da Mangue Jornalismo. O material foi organizado pelo jornalista Cristian Góes e grande parte dele vem do relatório final da Comissão Estadual da Verdade de Sergipe. Também há textos inéditos no livro sobre o movimento estudantil, o município de Estância, o militante do PCB Mário Jorge, entre outros.

“Essa campanha é de memória, verdade e justiça. Não se pode esquecer de uma geração que foi vítima do horror de Estado. As atuais e futuras gerações precisam conhecer essa história. É preciso acabar com esse mito de que em Sergipe não existiu ditadura. Ainda contamos com você para subverter essa ordem de silenciamento local”, pede Cristian Góes, da coordenação da Mangue.

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