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Começa amanhã a Mostra O Teatro Sergipano na Pandemia. Resistência e criatividade dos artistas locais

ELISÂNGELA VALENÇA, especial para Mangue Jornalismo
(@manguejornalismo)

“Festa do Fim do Mundo”, com direção e dramaturgia de Euler Lopes e atuação de Cícero Júnior (Foto: Divulgação)

Começa amanhã, dia 12 e se estende até o sábado, 14, a Mostra O Teatro Sergipano na Pandemia, um oportunidade única onde o público poderá conhecer e rever algumas das peças teatrais produzidas durante a pandemia da Covid-19 por artistas sergipanos. Tudo é de graça e o evento será realizado no Espaço Cultural Yázigi.

“Com as restrições que a pandemia trouxe, pudemos ver o poder criativo de artistas e produtores culturais em ação, trazendo inovações através da somação de recursos tecnológicos às formas tradicionais de expressão artísticas, fundindo linguagens e formatos para a sobrevivência de trabalhadoras e trabalhadores do setor cultural”, disse Marcelo Rangel, produtor da Mostra.

De acordo com a idealizadora do projeto, a pesquisadora e performer Maicyra Leão, a mostra é uma celebração da resistência e da criatividade dos artistas locais, bem como uma homenagem à inovação e à adaptabilidade do teatro.

“A pandemia chegou ao fim e pouco se discute sobre as influências estéticas que ela trouxe. Nesse contexto, a mostra busca destacar esses impactos e permitir que as inovações criativas, impulsionadas por ‘força das circunstâncias’, possam ser visibilizadas. Trata-se de uma celebração desse capítulo histórico que se encerra, com o objetivo de valorizar seus melhores frutos,” afirma Maicyra.

As obras que participam da Mostra foram selecionadas através de chamada pública, que teve curadoria de professores do curso de Teatro da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com o objetivo de garantir diversidade e qualidade, de modo a refletir a riqueza da cena teatral sergipana.

Durante três noites, serão exibidas as transmissões das apresentações dos espetáculos e, em seguida, haverá roda de conversa sobre as peças. Na programação tem, por exemplo, “Festa do Fim do Mundo”, Grupo A tua lona, com direção e dramaturgia de Euler Lopes e atuação de Cícero Júnior. Outro exemplo é o espetáculo convidado: Retalhos Mouriscos, de concepção, roteiro e direção de Maicyra Leão. A Mostra será encerrada com o show ‘O Circo Íntimo’, da cantora Patricia Polayne. A entrada é gratuita.

A Mostra ‘O Teatro Sergipano na Pandemia’ está sendo realizada pela Arcada Produções, por meio da Lei Paulo Gustavo, uma ação do Governo Federal, através do Ministério da Cultura, viabilizada pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê, do Governo de Sergipe. A ação tem apoio da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Sergipe e do Yázigi Aracaju e tem como parceiros estratégicos a Cinemateca e os Departamentos de Teatro e Comunicação Social da UFS, a Mangue de Jornalismo e a Birô Cultural Projetos e Produções.

O Centro Cultural Yázigi fica na rua Vereador João Calazans, 494, bairro 13 de Julho, em Aracaju. Acompanhe tudo sobre a Mostra no perfil da Arcada Produções no Instagram (@arcadaproducoes).

“O Baile de Cheiroso” também estará na Mostra O Teatro Sergipano na Pandemia (Foto: Divulgação)

Confira a programação completa da Mostra ‘O Teatro Sergipano na Pandemia’:

QUINTA, 12/12

18h: Festa do Fim do Mundo – Grupo A tua lona

Direção e dramaturgia: Euler Lopes

Atuação: Cícero Júnior

Sinopse: Cena inédita criada para o I Vira Lona, virada cultural com programação durante 24 h no instagram. A cena discute sobre uma festa distópica no fim do mundo, para questionar as relações do nosso corpo, gênero e violência.

Duração: 20 min

Espetáculo convidado: Retalhos Mouriscos

Concepção, Roteiro e Direção: Maicyra Leão

Atuação: Maicyra Leão, Kayan Leão, Nouras Hanana e Muna Al Homsi (em ausência)

Sinopse: Uma epopeia subterfúgica repartida entre a história de migração no Nordeste, a trajetória particular de sujeitos em devir retirante e a criação de uma criança declarada nordestina. A peça foi toda gravada em casa e apresentada em maio de 2021, a partir de convite do Itaú Cultural para o projeto “Encruzilhada Nordeste(s): (contra) narrativas poéticas” e buscou gerar polifonia e pluralidade de perspectivas sobre os possíveis Nordeste(s). Dessa forma, a proposta é povoar a noção de nordestinidade com resíduos de atravessamentos culturais para além da tríade africano-índio-europeu, mais precisamente com borraduras árabes.

Duração: 17 min

Roda de conversa, com mediação de Olivia Camboim e participação de Cesar Gama

20h: O Baile de Cheiroso – Grupo Mamulengo de Cheiroso

Direção: Gustavo Floriano

Dramaturgia: Aglaé Fontes

Elenco: Augusto Barreto, Artur Barreto, Marlene Barreto e Paula Barreto

Sinopse: A peça conta as dificuldades de uma menina que para desdobrar o pai autoritário foge com um caixeiro viajante e chega ao famoso baile de cheiroso, palhaço popular, e no baile desenrola toda uma trama recheada de cantorias, danças e brincadeiras.

Duração: 30 min

Roda de conversa, com mediação de Olivia Camboim e participação de Ramilton Barbosa

SEXTA, 13/12

18h: Bispo do Rosário: A Lucidez do Delírio – Cia de Teatro da UFS

Direção: Gerson Norse

Pesquisa e orientação dramatúrgica: Christine Arndt de Santana

Elenco: Fernanda Kagruel, Thales Gois, Virgílio, Karina Brabec, Bruno Dias, Jeyson Lucena, Humberto Barreto

Trilha sonora original: Humberto Barreto

Sinopse: Este experimento cênico virtual foi realizado em isolamento social, por conta da pandemia da COVID-19, entre os meses de maio e agosto de 2020. As filmagens e ensaios foram realizados através dos celulares dos integrantes da Companhia de Teatro da UFS, em suas casas, em diferentes cidades de Sergipe e Bahia.

Duração: 11 min

Espetáculo convidado: Amantes em confinamento

Direção, Dramaturgia e Concepção: Marcelo Brazil e Olívia Camboim

Atuação: Olívia Camboim e Josimario Cesar

Sinopse: Amantes em confinamento, uma videochamada de 28 minutos de duração permeada de ingredientes autobiográficos, praticamente em um take único, conta a história de um casal de amantes virtuais, no auge da pandemia, Violeta (uma mulher com cerca 40 anos de idade) e Raul (um garoto de aproximadamente 20 anos).

Duração: 28 min

Roda de conversa, com mediação de Marcelo Brazil e participação de Lua Santos

20h: Remundados – Grupo Boca de Cena

Direção e elenco: Grupo Boca de Cena

Sinopse: Remundados é o desejo de quatro refugiados, cada um vindo de um lugar que não existe mais e que, decidem seguir. A história é contaminada pela realidade do mundo atual, a qual as figuras propõem ‘remundar’ o aqui e agora.

Duração: 43 min

Roda de conversa com mediação de Marcelo Brazil e participação de João Ives.

SÁBADO, 14/12

18h: Olhos que nunca dormem

Direção e dramaturgia: Ravi Aynore

Elenco: Ravi Aynore, Tinho Torquato e Jonta Oliveira

Sinopse: “Você Nunca Dorme” é um espetáculo teatral que questiona a sanidade das suas personagens e do seu público. Presas em um quarto imaginário, duas personagens entram em diversos conflitos ao tentarem dormir. O texto subjetivo tenta causar o desconforto e possibilita a reflexão sobre os impactos que podem ser gerados pelo distanciamento social, questionando pontos como relações afetivas e saúde mental.

Duração: 23 min

Roda de conversa, com mediação de Maicyra Leão e participação de Luiz Gustavo

19h: Onde você estava quando eu acordei – Avessa Grupa

Direção: Flávia Teixeira

Elenco: Diane Veloso e Giuliana Maria

Dramaturgia: Sidnei Cruz

Sinopse: Vera e Sara se reencontram após 15 anos. Numa narrativa atemporal, os sonhos revelam pistas do que as trouxe ali. Elas compartilham o desejo de romper com o que as aprisiona, mas a pergunta persiste: terão coragem de enfrentar seus medos?

Duração: 55 min

Roda de conversa, com mediação de Maicyra Leão e participação de Luiz Gustavo

20h30: show com Patrícia Polayne

O show O Circo Íntimo retoma o repertório de álbum clássico da cantora e compositora, O Circo Singular – As Canções de Exílio, em formato acústico de voz & violão, além de temas originais de trilhas sonoras para teatro e cinema criadas especialmente para produções sergipanas.

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