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“Vamos suspender as faixas exclusivas de ônibus”, diz Zé Paulo (Novo), candidato à Prefeitura de Aracaju

A Mangue Jornalismo vai entrevistar todas(os) as(os) candidatas(os) à Prefeitura de Aracaju. Para garantir a isenção, as perguntas são rigorosamente iguais para todas(os) elas(es). As respostas devem ter o mesmo tamanho (até 15 linhas em espaço simples, fonte Arial e tamanho 11).

A segunda entrevista da série sobre Eleições 2024 com candidatos a prefeito de Aracaju é com Zé Paulo, do Partido Novo. A candidata a vice-prefeita é a advogada Lânia Barbosa (Novo).

José Paulo Leão Veloso Silva tem 51 anos, nasceu no Rio de Janeiro e é procurador do estado de Sergipe desde 1998. Também atuou como delegado da Polícia Federal na Superintendência do Amazonas, chefiando a Delegacia de Combate aos Crimes Ambientais e Contra o Patrimônio Histórico. O total de bens declarados pelo candidato junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é de R$ 1.073.504,96.

O Plano de Governo apresentado pelo candidato Zé Paulo foca em 12 eixos seguidos com suas respectivas propostas, sendo eles: família e assistência social; segurança pública; transporte e mobilidade urbana; esporte; habitação e planejamento urbano; saúde; cultura; educação; transparência e controle; tributação, trabalho e renda; infraestrutura, saneamento e meio ambiente; turismo. Acesse o plano do candidato no site do TRE/SE.

A cobertura das eleições está sendo realizada pelo consórcio formado pela Mangue Jornalismo, a Ladata (Liga acadêmica de ciência de dados da UFS) e o Observa! (Observatório de Fake News do Centro de Excelência Atheneu Sergipense).

Mangue Jornalismo (MJ) — Qual a avaliação geral da gestão da Prefeitura de Aracaju que se encerra em dezembro?

Zé Paulo (ZP) — Ruim. Além de não ser transparente, vai muito mal nas suas principais atribuições: saúde, educação, segurança, assistência social e mobilidade.

MJ — Nos últimos anos, a gestão municipal de Aracaju foi muito agressiva contra o meio ambiente, destruiu árvores, aterrou mangues e permitiu o avanço de construtoras sobre a antiga Zona de Expansão, local de adensamento restrito e de áreas de proteção ambiental. Além disso, Aracaju é uma das poucas capitais que nem têm um plano de enfrentamento à crise climática. Aracaju só tem 4% das áreas ambientais protegidas. Quais suas propostas para o meio ambiente na cidade?

ZP — A cidade possui um plano diretor e um código de urbanismo, que apesar de carentes de atualização, ajudariam a proteger o meio ambiente, caso observados. Outrossim, a preservação passa por três elementos indispensáveis: educação, fiscalização e produção de riqueza com a área preservada. Além da ampliação das áreas verdes e de proteção, propomos a preparação de campanhas educativas e fiscalização com o uso de “drones”. Também é imperioso proteger os piscinões naturais, avaliar a qualidade da água, estabelecer programas permanentes de limpeza dos canais e galerias.

MJ — Aracaju tem uma frota de ônibus pequena e caindo aos pedaços. Foi realizada uma polêmica licitação e tudo vai continuar como antes, mas com aumento da tarifa. Quais suas propostas para o transporte urbano e a mobilidade em geral?

ZP — O edital de licitação prevê o incremento da frota em 18 ônibus, sem equipamento de ar-condicionado, com renovação anual de 9%, por ônibus refrigerados. A passagem subirá para R$8,12, mas o usuário deverá desembolsar R$5,00 por cada viagem; quanto às vencedoras, têm histórico de má prestação de serviço. O resultado é um incremento de R$76.860.000,00 nas despesas do Município, sem a correspondente melhora na prestação. O quadro exige a revogação da licitação e chamamento de outra, com critérios mais claros, previsão orçamentária do subsídio da passagem, prevendo ônibus com ar-condicionado e em maior número, além de parte da frota “articulada”, para utilização prioritária nos horários de pico. Os veículos refrigerados devem garantir maior conforto aos 170 mil usuários (3,5 milhões de passageiros/mês); Também importante avaliar a viabilidade e implementação de ônibus elétricos e veículos sobre trilhos, como uma alternativa limpa e sustentável apta a contribuir para a redução de emissões de poluentes e ruídos, além de oferecer benefícios operacionais a longo prazo, com aproveitamento da via férrea de Aracaju; Atualmente, não se justificam as faixas exclusivas e é possível aumentar o tempo de abertura dos semáforos nas faixas excedentes.

MJ — A capital de Sergipe tem um dos piores índices em transparência pública, segundo pesquisa nacional da Universidade de São Paulo. Quais seus compromissos com a transparência dos atos públicos?

ZP — A transparência é uma das principais bandeiras do Partido. Previne contra a corrupção e estimula a participação popular na gestão. A disponibilização, em tempo real, da íntegra dos contratos de licitação e dos gastos realizados constitui medida simples e com excelentes resultados.

MJ — Há uma reclamação generalizada dos artistas locais sobre a cultura. Falta de transparência, participação, cachês ridículos, favorecimentos políticos. A gestão da Cultura no Município parece ser um caso. Quais suas propostas para alterar esse quadro?

ZP — A administração municipal confunde cultura com entretenimento. Aquelas manifestações que identificam as características próprias do povo podem ser incentivadas por meio de parcerias público-privadas, para reforçar equipamentos de consumo coletivo, tais como bibliotecas, museus, galerias, arquivos e teatros. Também a formação de público, com o ensino da música e das artes, aliado ao oferecimento de estrutura e criação de eventos, em que se possam realizar as apresentações artísticas, tem o potencial de aumentar a oferta de oportunidades. Os cachês baixos e pagos com atraso decorrem da utilização das receitas para contratação de artistas renomados, o que poderia ser feito pela iniciativa privada.

MJ — Antes conhecida como “capital de qualidade de vida”, Aracaju avança numa situação de dezenas de pessoas em condição de rua. Homens, mulheres, crianças e idosos abandonados pelo poder público municipal. Como será enfrentada a questão em seu governo?

ZP — A sociedade civil, especialmente as igrejas, prestam assistência à população de rua, sem qualquer ajuda pública. O apoio, material e de pessoal, a essas organizações tem aptidão para melhorar a qualidade desse atendimento. É preciso, ainda, garantir que as 3 refeições sejam entregues a quem não possui condições de conseguir seu alimento, para tanto pretendendo-se a criação de restaurantes populares em locais variados. Finalmente, e mais importante, a maior parte dessas pessoas possuem problemas com as famílias, não sendo a falta de moradia o seu problema, de modo que a solução passa pela reinserção familiar, com a qual se pode colaborar, por meio de ações específicas.

MJ — Na cidade também existe uma reclamação generalizada das pessoas que precisam do serviço de saúde: faltam remédios básicos, não se consegue fazer exames simples e muito menos há atendimento de especialistas. Quais suas propostas para saúde em Aracaju?

ZP — Nomear pessoas qualificadas para a direção das unidades de saúde, ampliar o horário de atendimento, celebrar convênio com a rede privada para utilização de sua capacidade ociosa; A criação de um centro de terapia para autismo é, hoje, uma necessidade, tanto quanto a formação de um quadro de servidores de saúde compatível com as necessidades da população.

MJ — Na educação a cidade também não vai nada bem. São mais de 2,8 crianças da educação infantil fora da escola porque não há vagas. Além disso, os professores até hoje pedem que seja cumprida a lei do piso salarial. Como pretende enfrentar os graves problemas da educação no município?

ZP — A falta de vagas pode ser resolvida por meio de convênios com escolas privadas, e a baixa qualidade com a adoção de material didático adequado, estímulo aos profissionais de educação e boa gestão (direção) escolar. Joinville, administrada pelo Prefeito do Novo, vem demonstrando, na prática, como melhorar a educação pública.

MJ — O Centro de Aracaju está abandonado. O patrimônio público esquecido e destruído, inclusive a sede da própria prefeitura. Existem ruas desertas e quase fantasmas. Quais suas propostas para o Centro?

ZP — Implantar o plano da “ACESE” (Associação Comercial e Empresarial de Sergipe) para a recuperação do Centro, com o fomento dos serviços na região. Também se pretende devolver ao Centro a sede da administração municipal.

MJ — Sendo eleita(o), quais os primeiros atos de sua gestão?

ZP — Nomear para os cargos de direção e chefia profissionais qualificados a exercê-los, sem qualquer consideração às vinculações políticas que possuam e vamos suspender as faixas exclusivas de ônibus.

TRANSPARÊNCIA 1:
Cada pergunta poderia ser respondida em até 15 linhas e as(os) candidatas(os) foram informadas(os) de que, se o tamanho da resposta ultrapassasse o limite determinado, haveria edição. Nesta entrevista, a repórter o ajuste necessário, mas manteve as ideias centrais da candidata em cada resposta.

TRANSPARÊNCIA 2:
A cobertura das eleições em 2024 está sendo realizada pelo consórcio formado pela Mangue Jornalismo, Ladata (Liga acadêmica de ciência de dados da UFS) e o Observa! (Observatório de Fake News do Centro de Excelência Atheneu Sergipense).

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