A 8ª edição da Egbé Mostra de Cinema Negro já está por aqui. Mantendo o seu objetivo de fazer circular o cinema produzido por diretoras e diretores negros de Sergipe e do Brasil, a edição chega com novidades que poderão ser vistas e experimentadas entre os dias 11 e 29 de novembro.
Além dos encontros presenciais, a mostra de filmes também acontece na plataforma digital Ubuplay, um streaming destinado aos filmes realizados por pessoas negras afro-diaspóricas, com a exibição de 25 curtas-metragens nacionais. Ainda bem que não para por aí, pois durante as três semanas, o público estará imerso em filmes e oficinas gratuitas ofertadas pelo Projeto Egbé.
A 8ª edição tem como tema o conceito africano ‘Sankofa – retornar ao passado para entender o presente e construir o futuro’. Para a idealização dessa edição, os organizadores e curadores se inspiraram em projetos audiovisuais que abordam a importância da história para o pensamento político e existencial negro na atualidade.
“A 8° edição da Egbé apresenta o tema Sankofa como uma provocação para o público: pensarmos na importância de nos voltar ao passado para vivenciar o presente com mais força para construir o futuro. É isso que a filosofia Sankofa nos ensina com o símbolo do pássaro olhando para trás. Olhar para trás, e colher histórias, memórias negras, que podem nos ajudar a compreender melhor esse presente, com todas as implicações políticas que ele ainda nos coloca, no que diz respeito ao apagamento que o racismo produz”, explica Luciana Oliveira, diretora geral da mostra e mestra em cinema.
Luciana diz ainda que pensar Sankofa com a Egbé permite trazer “para a superfície memórias coletivas negras, que nos fortalecem politicamente, mas também memórias afetivas negras familiares, aquelas que no interior de cada uma de nossas famílias temos como missão nesse presente lembrar, celebrar e deixar vivo para as gerações futuras”. De acordo com ela, imagens e sonoridades ajudam a preservar e dar visibilidade às memórias negras.
Egbé no cinema e online
E da espera um tanto quanto ansiosa, a mostra chega com uma programação repleta de filmes que fazem uma volta pelas realidades do Brasil.
Na quarta-feira, 13 de novembro, aconteceu o primeiro encontro presencial, no Auditório Antônio Vieira da Silva Melo, localizado no bairro Siqueira Campos, em Aracaju.
Outro encontro acontece hoje, dia 14, também se inicia às 9h, no Instituto Luciano Barreto Júnior, localizado no bairro São José, e, por último, no dia 23, para fechar o encontro presencial, tem programação às 15h e depois às 19h. Para o encerramento, tem apresentação do Slam da Norte. Veja a programação completa no final desta matéria.
Do dia 11 até 24 é possível assistir às obras da mostra pela UbuPlay, uma plataforma gratuita, que é resultado de uma pesquisa de doutorado realizada entre 2019 e 2022, o Mapeamento dos Cinemas Negras Brasileiros, de autoria de Márcio Brito Neto. A UbuPlay pode ser acessada por celulares, tablets e computadores desktop.
A Egbé Mostra de Cinema Negro surgiu em 2016 com o objetivo de divulgar e fomentar o consumo de produções audiovisuais produzidas por pessoas negras de Sergipe e do Brasil e se tornou uma das primeiras mostras desse gênero no Nordeste.
Os idealizadores da Egbé viram nesse projeto um enorme potencial de aquilombamento, e assim seguem ano após ano criando edições de acolhimento e de debate sobre racialidade.
Em 2020, época de pandemia, o projeto reformulou as suas formas de exibição, levando os filmes para o ambiente digital, no objetivo de alcançar mais pessoas.
Programação completa
11 a 24 de novembro – online
EGBÉ + UBUPLAY: Exibição online dos filmes
13 de novembro – presencial
Local: Auditório Antônio Vieira da Silva Melo (Siqueira Campos)
9h – Programa 1 – Corpo e sentires
Raízes 17′ – dir. Mayara Gomez e Bê Reis (SP)
Novembros 7′ – dir. Dheik Praia (AM)
A saudade em um batuque 16′ – dir. Milena Carvalho (Brasil)
Lua, Mar 24′ – dir. Agua (SP)
14h – Programa 2 – A memória ilumina o tempo
De tudo um pouco sabia costurar 24′ – dir. Yérsia Assis e Felipe Moraes (SE)
Escavação 5′ – dir. Alex Reis (RJ)
Nunca me perguntaram nada 7′ – dir. Gabrielle Souza (RJ)
A nossa festa já vai começar 14′ – dir. Cadu Marques (MA)
Memórias Trançadas 6’48” – dir. Luane Bento dos Santos (RJ)
14 de novembro – presencial
Local: Instituto Luciano Barreto Júnior
9h Programa 4 – Afetividades
Iyalodês: diálogos sobre maternidades 19′ – dir. Adriana Somacal (SC)
O ovo 23′ – dir. Rayane Teles (BA)
A Densa Noite nos Acolhe 24′ – dir. Douglas Oliveira (SE)
Para as gerações que vieram antes de mim 13′ – dir. Filipe Bretas Lucas (MG)
14h Programa 5 – A vida é um espiral
Céu 15’40” – dir. Valtyennya Pires (PB)
A velhice ilumina o vento 20′ – dir. Juliana Segóvia (MT)
Urubá 15′ – dir. Rodrigo Sena (RN)
Alaroke: uma história ao culto dos orixás em Sergipe 25′ – dir. Lucas Cachalote (SE)
23 de novembro – presencial
Local: Auditório Cândida Ribeiro – Centro de Criatividade
15h – Programa 6 – Eu sou!
Patuá 3′ – dir. Renaya Dorea (RJ/Cuba)
Procura-se Bixas Pretas 25′ – dir. Vinicius Eliziario (BA)
Ewé de Òsányìn: o segredo das folhas 23′ – dir. Pamêla Peregrino (BA/AL)
Quebra Panela 17′ – dir. Rafael anaroli (PE)
19h – Programa 3 – “Nada nos asfaltará”
Contragolpe 16′ – dir. Victor Uchôa (BA)
Mergulho 15’37 – dir. Marton Olympio & Anderson Jesus (SP)
O pico 20′ – dir. Matheus Vieira (SP)
Sua majestade, o passinho 20′ – dir. Mannu Costa e Carol Correia (PE)
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